quinta-feira, 28 de maio de 2015

Uma questão de ADN

Desde cedo que me interesso pelas questões de bem-estar e progresso colectivo. Como se costuma dizer: está-lhe no sangue! 
Por diversas circunstâncias que a própria vida nos trás, tem alturas em que as disponibilidade e o ânimo são maiores do que outras. Mas o interesse mantém-se. Não vou aqui descrever o meu percurso de intervenção cívica, mas há algumas considerações que me apetece fazer.
Na altura em que, por razões meramente casuais, me foi oferecida a possibilidade de entrar na vida politica com algum destaque, esta questão de ADN, passou a ser vista por alguns como necessidade de procura de protagonismo. Se até essa altura estava tudo bem e a "carolice" era bem aceite, e até usada, para serviço comum, a partir daí as coisas mudaram de figura. Mas, estamos num pais livre e cada um pensa e diz o que quer. 
Isto vem a propósito de há uns dias, após um desabafo de que alguns projectos de interesse publico onde estou envolvido não estavam a ter um andamento tão célere como eu gostaria, fui "acusado" de exigir demais e de querer muito protagonismo. Isto "bateu fundo" e fez-me pensar se valerá a pena continuar a lutar por causas públicas com o mesmo entusiasmo. Estou por isso em "tempo de reflexão". Já tomei algumas decisões, mas continuo em estado de reflexão profunda.
Até qualquer dia! 

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Isto já foi terra de brandos custumes

Espinhel sofreu durante muitas décadas de "atrofiamento" urbanístico. A maioria dos terrenos de construção pertencia a famílias abastadas que não se queriam desfazer deles e assim impediram muitos dos "filhos da terra" de aqui constituírem família e fazerem as suas casas. Acabada essa geração, as casas antigas foram ficando vazias e, a maior parte delas, degradadas. 
Durante a época das "vacas gordas" o crédito à habitação era facilitado e algumas dessas habitações foram vendidas a outras famílias vindas de outras paragens. Assim se foi renovando a população desta pacata terra. Trata-se de um processo natural que ocorre sempre que mudam as gerações. Mas em Espinhel as coisas nem sempre foram pacíficas. Se nalguns casos as coisas correram bem, noutros nem por isso. As pessoas não tem os mesmos valores de outrora e a população vai-se descaracterizando.
Para as famílias que abandonaram esta terra também ficará algo na memória. Talvez também sintam alguma responsabilidade no que isto se tornará no futuro (ou não). Talvez um dia contem aos seus netos como eram belos aqueles tempos que aqui passaram. Embora difíceis, mas belos. Mas a consciência é coisa de cada um e pouco ou nada se poderá fazer agora para avivá-la.
Fica apenas uma desabafo: Se nós quiséssemos isto poderia ter sido de outra forma.

sábado, 9 de maio de 2015

Uma questão de equilíbrio...e não só!

Demorei algum tempo para escrever umas linhas sobre o que se passou na ultima sessão da Assembleia de Freguesia que realizamos em Paradela. Faço-o agora, depois de ler a noticia que o Dr. João Coelho escreveu sobre o assunto no jornal RA desta semana. Impressionou-me a forma como o "repórter" descreveu com precisão o que realmente ali se passou de importante. Atrevo-me a "desafia-lo" a continuar este verdadeiro sentido de serviço publico que aqui demonstrou. Com este artigo o Dr. João Coelho fez mais para aproximar as pessoas dos órgãos autárquicos que qualquer outra acção de descentralização tomada por estes órgãos.
Mas vamos então completar um pouco aquilo que o Dr. João resumiu.
Na "questão mais polémica", o executivo vem propor gastar 65.000€ numa infraestrutura desportiva localizada na zona do Passal em Recardães.Sem nenhuma informação concreta sobre o assunto, foi necessário tirar, quase a "ferros", mais algumas palavras ao Presidente da Junta para explicar do que realmente se tratava. Então ficamos a saber que esta verba era para construir um ringue desportivo nuns terrenos junto ao Centro Paroquial de Recardães. Mas esses terrenos, segundo o Presidente, terão ainda de ser comprados pela Câmara Municipal. Portanto estes 65.000€ serão para fazer a dita obra, só depois de adquiridos os terrenos e (digo eu) de  se fazerem os respectivos projectos, que segundo o protocolo serão da responsabilidade da Junta.
De realçar ainda que estes 65.000€ são a única verba negociada em protocolo com a Câmara para este ano de 2015. Portanto a Junta está a abdicar de um conjunto de obras que tinha em Plano de actividades para 2015 (Construção de passeios e valetas pela Freguesia e Arranjos paisagísticos e urbanísticos pela Freguesia) por esta obra que está condicionada por factores que a própria Junta não controla e não estava sequer prevista nos protocolos a propor à Câmara Municipal, aprovados em Dezembro pela Assembleia de Freguesia.
Reconhecendo a complexidade do processo, o Presidente da Junta acabou por admitir que, se até Agosto não conseguissem comprar o terrenos, teria de "denunciar" o protocolo e optar por outras obras para não perder os 65.000€. Ora aqui está uma opção de bom-senso que, a ser tomada terá o meu louvor público.
De salientar também as intervenções que fez o Ângelo Reis, membro do PS na Assembleia, que lembrou que na Piedade existe já um ringue desportivo e muito terreno em volta, já pertencente à Junta de Freguesia. Portanto, se optassem por esta localização, poderiam poupar muitos milhares de euros que muita falta fazem para outras coisas.
Concordo que uma União de Freguesias com esta dimensão deveria ter uma infra-estrutura desportiva coberta (Pavilhão) para prática de diversas actividades desportivas e até culturais, mas vamos ponderar bem estes investimentos e tentar equilibrar a balança porque o dinheiro é pouco e as necessidades do povo são muitas.
Haja bom senso!