quinta-feira, 22 de junho de 2017

Querem mesmo fazer contas?

Passados quase quatro anos sobre esta nova realidade da "agregação" das freguesias, há pessoas que se queixam da disparidade de investimento em cada uma das Freguesias (Recardães e Espinhel).
Se, em principio, o que teria mais lógica seria que a população de Espinhel estar mais céptica em relação à gestão autárquica, o que se veio a revelar ultimamente é que (pelos muitos comentários que me chegam) há muita gente em Recardães que se acha prejudicada durante este mandato
Se é verdade que no inicio houve algum esforço para repor algumas assimetrias que existiam, porque Espinhel era e é uma Freguesia mais rural e menos "desenvolvida", na realidade o grosso do investimento é claramente superior em Recardães. Mas vejamos as contas.
Uma das maiores fontes de receita para fazer obra que as Juntas de Freguesia de Águeda tem durante os seus mandatos é inegavelmente a celebração dos contratos Interadministrativos de delegação de competências (protocolos) com a Câmara Municipal.
Ao longo destes últimos quatro anos, a Junta de Freguesia de Recardães e Espinhel, celebrou outros tantos protocolos,cujo valor total totaliza 236.000€.
No primeiro ano foi celebrado um protocolo, no valor de 34.500€ para a construção de passeios e valetas na rua do Lugar na Piedade, na rua de S. João na Povoa da Carvalha e na Rua da Ponte em Espinhel (esta obra não foi executada).
Em 2015, a Junta de Freguesia decidiu optar por apostar a totalidade do valor de 65.000€ na execução do Parque de Jogos do Passal em Recardães. Para alem deste valor, acresce o valor da compra de terrenos que poderão ascender a dezenas de milhares de euros se não  centenas..
Em 2016 foi celebrado um novo protocolo para execução de passeios e valetas, no valor de 67.500€. Como forma de equilíbrio, a Junta optou por fazer essas obras na Freguesia de Espinhel.
Este ano de 2017, a escolha recaiu, mais uma vez, sobre obras no parque de jogos do Passal, para melhorias nos edifícios da Junta em Recardães e Espinhel e ainda o arranjo da zona junto à passagem de nível no Casainho de Cima (obra proposta no Orçamento Participativo, mas que não foi seleccionada). O valor total do protocolo foi de 69.000€, sendo que 15.000€ são para o campo de jogos do Passal, 34.000€ para os dois edifícios da Junta e 15.000€ para o arranjo no Casainho de Cima.
Naturalmente que isto não diz tudo, mas esclarece um pouco daquilo que alguns apregoam de que apenas a freguesia de Espinhel foi beneficiada.
O largo da Junta em Espinhel continua nas mesma. Quatro anos volvidos e ainda esperamos o tal milagre de ultima hora antes da eleições. 
Há quatro anos tínhamos um Parque da Pateira cuidado, com edifício de bar e casas de banho, que embora antigo, mas servia de apoio a toda a actividade do parque. A Junta e muitos voluntários, fizeram ali um trabalho meritório no primeiro ano de mandato, mas depois deixaram que se destruísse toda aquela beleza e ficasse apenas uma mão cheia de nada.
Muita coisa se fez, mas feito um balanço quase final, ninguém me convence que realmente fomos nós os beneficiados.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Autárquicas em "lume brando"

As eleições autárquicas que se aproximam, trouxeram-nos um ambiente atípico, desde o inicio do processo de escolha dos candidatos, até à sua apresentação publica.
Tirando o PSD, que tinha de "fazer caminho" e que saiu na frente com a apresentação do candidato à Câmara e alguma (poucas) Juntas de Freguesia, apenas o CDS parece ter as suas escolhas mais adiantadas.
A suposta "Lista Independente", tarda em aparecer, embora se confirmem algumas movimentações nas freguesias para a escolha de candidatos, já que para a Câmara poucas surpresas se esperem e para a Assembleia Municipal já há candidato há algum tempo. 
Na UFRE as coisas ainda estão em "lume brando". Para candidato do PSD vai-se falando no nome de Manuel José Campos(Nelo), mas ainda poderá haver surpresas. Parece que não estará totalmente de parte, a hipótese do aparecimento de uma outra figura de peso do partido, ou ainda, a de Pedro Gomes se voltar a apresentar a votos (se não aparecer nada mais apelativo).
Quanto à "suposta Lista Independente", parece que já escolheu o candidato, embora se fale que não quer fazer "grande mossa" por estes lados. Terá escolhido uma figura fora do espectro politico habitual e estará a angariar apoios de outras figuras também discretas. São coisas que alguns terão dificuldade em entender, mas eles com certeza lá saberão o que fazem e o povo lá estará para julgar.
Quando ao CDS, diz-se que estará a ter mais dificuldade, pois a aliança com o PSD em 2013, ter-lhe-à encurtado o espaço de manobra e não se sabe se apresentará candidatura.
O PS parece que irá recorrer a um "peso pesado" do partido, tentando aproveitar a eventual troca de cabeça de lista no PSD, pois esta é a segunda maior União de Freguesias do concelho e convém não ficar  aquém das expectativas. 
Se nos prazos e no espectro politico as coisas são atípicas, já na fraca aposta dos partidos nas Freguesias a coisa continua na mesma. Os partidos/listas mostram-se muito preocupados com a conquista da Câmara Municipal, mas continuam a descurar as Freguesias. Nomeadamente o PS, não tem tido qualquer avanço relativamente ao que era no passado, muito pelo contrário. Mesmo com a conquista da Câmara em três eleições seguidas, nem sequer conseguiu manter as Juntas que tinha.
Até as eleições as Freguesias são o parente pobre da politica. Como é que querem que durante os quatros anos de mandato o deixem de ser?