sábado, 21 de dezembro de 2019

Casal de Álvaro e o seu foral

Quando, em 2014, fomos confrontados com a celebração dos 500 anos do Foral de Casal de Álvaro, alertei para a falta de rigor que essa data configurava.
Por todas as informações recolhidas na altura, era óbvio que se tratava de um "erro grosseiro" para o qual nunca encontrei explicação.
Embora ache que na altura a autarquia acabou por reconhecer o erro, era tarde de mais e não fazia sentido alterar o programa das comemorações.
Correi tudo muito bem, a festa foi bonita e a população, de um modo geral, ficou satisfeita com o desenrolar das comemorações.
No entanto, cabe-me agora voltar a lembrar que a data correcta é mesmo 30 de Dezembro de 2019. 
O nome de Casal de Álvaro deverá ter origem no nome de Álvaro da Cunha, senhor de Pombeiro (da beira). 
Este fidalgo (filho de D. Leonor Teles (que foi depois rainha de Portugal por casamento com D. Fernando) e de Lourenço da Cunha, tambem ele senhor de Pombeiro, terá nascido já depois do divorcio entre sua mãe e seu pai.
Estas terras passaram depois para um dos seus herdeiros, João Alvares da Cunha, fidalgo bastante conflituoso (envolvido em vários crimes) que pelos vistos não tratava muito bem os seus súbditos, tendo estes feito uma revolta contra ele, pois dizia-se que cobrava portagem e impostos "em mais de tres dobros do que em terras vizinhas".
Talvez por isso, o Rei D. Manuel terá dado foral a estas terras (Casal d'Álvaro e Bolfar), como forma de ordenar as rendas, portagens e outros impostos a pagar nestas terras.
Assim, a 20 de Dezembro de 1519, em Evora, foi emitida a Carta de Foral.
Aqui fica este pequeno contributo para a reposição desta parte da nossa história.