Espinhel sofreu durante muitas décadas de "atrofiamento" urbanístico. A maioria dos terrenos de construção pertencia a famílias abastadas que não se queriam desfazer deles e assim impediram muitos dos "filhos da terra" de aqui constituírem família e fazerem as suas casas. Acabada essa geração, as casas antigas foram ficando vazias e, a maior parte delas, degradadas.
Durante a época das "vacas gordas" o crédito à habitação era facilitado e algumas dessas habitações foram vendidas a outras famílias vindas de outras paragens. Assim se foi renovando a população desta pacata terra. Trata-se de um processo natural que ocorre sempre que mudam as gerações. Mas em Espinhel as coisas nem sempre foram pacíficas. Se nalguns casos as coisas correram bem, noutros nem por isso. As pessoas não tem os mesmos valores de outrora e a população vai-se descaracterizando.
Para as famílias que abandonaram esta terra também ficará algo na memória. Talvez também sintam alguma responsabilidade no que isto se tornará no futuro (ou não). Talvez um dia contem aos seus netos como eram belos aqueles tempos que aqui passaram. Embora difíceis, mas belos. Mas a consciência é coisa de cada um e pouco ou nada se poderá fazer agora para avivá-la.
Fica apenas uma desabafo: Se nós quiséssemos isto poderia ter sido de outra forma.
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