No segundo domingo de Julho, as pessoas pegavam nos seus farnéis e deslocavam-se para as margens da Pateira para festejar esta dádiva da natureza.
Aí se fazia um recinto, com recurso às acácias existentes nas redondezas, com um mastro de eucalipto no centro e um palco. onde actuava um grupo musical. A festa era rija e a meio da tarde as famílias e amigos dispersavam pelas sombras das proximidades para usufruírem das suas merendas.
Tudo foi evoluindo, o parque foi melhorado, com colocação de mesas e a construção de um edifício com casas de banho e bar, em que a cobertura passou a servir de palco e as coisas pareciam melhorar lentamente.
Depois de alguns anos de interregno na celebração da festa, a Junta de Freguesia passou a organizar, nessa mesma data, o Dia da Freguesia. Assim aconteceu durante mais de uma dezena de anos, até que uma qualquer lei ditada por uns oportunistas que se instalaram no poder, retirou aquilo que tanto tinha custado a conquistar.
Entretanto, aproveitando a onda, outros aproveitaram para se "vingar" de um lugar que tinha deixado de ter a importância de outras épocas. E assim se perdeu mais uma tradição que tinha nascido com o objectivo de unir uma Freguesia muito dispersa e sem uma identidade comum.
Essa falta de identidade, aliada a várias fracturas, criadas por anos de poder instalado, mais preocupado em se manter do que em unir, fizeram com que parte da população aproveitasse a oportunidade para lhe mostrar o cartão vermelho e acabar com qualquer sonho de união.
A partir daí foi o que se viu. O povo escolheu e agora restam as lembranças daquilo que foi e tambem do que poderia ter sido se nos tivéssemos unido.
Mudaram o nome, mudaram a data, e como se de alguma doença contagiosa se tratasse, acabaram com qualquer réstia de tradição que nos ligasse ao antigamente.
Mas é mesmo assim; quem faz a cama acaba por se deitar nela..
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