domingo, 1 de março de 2015

Parque da Pateira - A justificação não-oficial

Após a denúncia do “desbaste” que tinha acontecido no Parque da Pateira, naturalmente, e como me competia, fui à procura de justificações.
Pelos vistos não fui só eu que fui apanhado de surpresa. O projecto de requalificação do Parque previa já o abate de algumas árvores e a substituição por outras espécies autóctones (oriundas desta zona), mas nada fazia prever tamanha devastação. Consegui entretanto apurar que o projectista terá chamado à atenção para o perigo de queda de algumas árvores, o que originou uma vistoria dos técnicos da protecção civil. Terá sido aí que esses técnicos aconselharam o derrame de algumas “pernadas” e o abate de uma serie de árvores que, segundo eles, apresentavam perigo de queda. Chamaram ainda à atenção de que existem algumas árvores mais pequenas (provavelmente as que foram plantadas recentemente) que sofriam de “atrofio” devido a estarem debaixo das outras maiores.
Após esta vistoria foi o que se viu. Os técnicos avançaram para a “poda e desramação” de uma parte e abateram cerca de dez árvores. Pelos vistos, sem procurarem opinião de quem anda no terreno e conhece tão bem a situação. Lembro só que estas árvores resistiram ao temporal de Janeiro de 2013, situação excepcional que derrubou centenas ou milhares de outras árvores nas redondezas.
Estas árvores até podiam estar em risco de queda, mas há aqui algumas perguntas que continuarão a “ensombrar” esta operação. Será que as árvores não podiam ter sido apenas podadas? Será que ao diminuir o volume da copa não ganhariam a estabilidade necessária? Será que, entre as árvores mais débeis, não de podia abater “uma sim-uma não” para depois plantar novas e, depois de crescerem, abater as restantes?
Acredito que, depois dos técnicos aconselharem o abate das árvores, por porem em risco a vida dos utilizadores do parque, não seria fácil vir alguém, por mais poder que tenha, e “arriscar” a deixar ficar as árvores em pé. Depois a responsabilidade ficaria toda em cima de que tomasse essa decisão. Mas, pelos vistos, nem deram essa possibilidade; foi “bota a baixo” e depois logo se vê.
Agora, que a situação não tem retorno, cabe-nos tentar minimizar os prejuízos. Tive já oportunidade de fazer algumas propostas (e farei mais algumas por escrito brevemente), que penso que deverão ser tidas em conta:
1º Tratar de arranjar árvores já de médio porte, que permitam a sua transplantação sem risco de morte, aproveitando a receita da venda da lenha que dali foi retirada.
2º Escolher espécies de árvores de crescimento mais rápido para intercalar com outras de crescimento mais lento.
3º Encontrar uma solução de sombreamento (antes do verão) que permita a utilização da zona das mesas com sombra suficiente.
4º Começar já com replantação do Parque de forma a substituir gradualmente as árvores mais velhas para que esta situação não se volte a repetir.
À partida ficam já aqui estas propostas com o objectivo minimizar os estragos, e espero sinceramente que não voltem a mexer naquilo que não conhecem sem consultarem as pessoas do terreno.

2 comentários:

Anónimo disse...

O parque já era pouco frequentado por turistas de fora, agora é que nao vai ser frequentado de certeza, mais um parque sem sombra, não percebo os técnicos de hoje em dia. Uma vergonha

Anónimo disse...

Mas afinal quem vendeu a madeira, aquém e por quanto?

O que fizeram há nossa PATEIRA, é lamentável e chocante.