Após a denúncia do “desbaste” que
tinha acontecido no Parque da Pateira, naturalmente, e como me competia, fui à
procura de justificações.
Pelos vistos não fui só eu que
fui apanhado de surpresa. O projecto de requalificação do Parque previa já o
abate de algumas árvores e a substituição por outras espécies autóctones
(oriundas desta zona), mas nada fazia prever tamanha devastação. Consegui
entretanto apurar que o projectista terá chamado à atenção para o perigo de
queda de algumas árvores, o que originou uma vistoria dos técnicos da protecção
civil. Terá sido aí que esses técnicos aconselharam o derrame de algumas
“pernadas” e o abate de uma serie de árvores que, segundo eles, apresentavam perigo
de queda. Chamaram ainda à atenção de que existem algumas árvores mais pequenas
(provavelmente as que foram plantadas recentemente) que sofriam de “atrofio”
devido a estarem debaixo das outras maiores.
Após esta vistoria foi o que se
viu. Os técnicos avançaram para a “poda e desramação” de uma parte e abateram
cerca de dez árvores. Pelos vistos, sem procurarem opinião de quem anda no
terreno e conhece tão bem a situação. Lembro só que estas árvores resistiram ao
temporal de Janeiro de 2013, situação excepcional que derrubou centenas ou
milhares de outras árvores nas redondezas.
Estas árvores até podiam estar em
risco de queda, mas há aqui algumas perguntas que continuarão a “ensombrar”
esta operação. Será que as árvores não podiam ter sido apenas podadas? Será que
ao diminuir o volume da copa não ganhariam a estabilidade necessária? Será que,
entre as árvores mais débeis, não de podia abater “uma sim-uma não” para depois
plantar novas e, depois de crescerem, abater as restantes?
Acredito que, depois dos técnicos
aconselharem o abate das árvores, por porem em risco a vida dos utilizadores do
parque, não seria fácil vir alguém, por mais poder que tenha, e “arriscar” a
deixar ficar as árvores em pé. Depois a responsabilidade ficaria toda em cima
de que tomasse essa decisão. Mas, pelos vistos, nem deram essa possibilidade;
foi “bota a baixo” e depois logo se vê.
Agora, que a situação não tem
retorno, cabe-nos tentar minimizar os prejuízos. Tive já oportunidade de fazer
algumas propostas (e farei mais algumas por escrito brevemente), que penso que
deverão ser tidas em conta:
1º Tratar de arranjar árvores já
de médio porte, que permitam a sua transplantação sem risco de morte,
aproveitando a receita da venda da lenha que dali foi retirada.
2º Escolher espécies de árvores
de crescimento mais rápido para intercalar com outras de crescimento mais
lento.
3º Encontrar uma solução de
sombreamento (antes do verão) que permita a utilização da zona das mesas com
sombra suficiente.
4º Começar já com replantação do
Parque de forma a substituir gradualmente as árvores mais velhas para que esta
situação não se volte a repetir.
À partida ficam já aqui estas
propostas com o objectivo minimizar os estragos, e espero sinceramente que não voltem a
mexer naquilo que não conhecem sem consultarem as pessoas do terreno.
2 comentários:
O parque já era pouco frequentado por turistas de fora, agora é que nao vai ser frequentado de certeza, mais um parque sem sombra, não percebo os técnicos de hoje em dia. Uma vergonha
Mas afinal quem vendeu a madeira, aquém e por quanto?
O que fizeram há nossa PATEIRA, é lamentável e chocante.
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