sexta-feira, 10 de junho de 2016

Um país de doutores

Esta semana tive a oportunidade de participar num seminário sobre a "Eficiência energética na reabilitação de edifícios". 
Este é um tema que me "apaixona" e ao qual pretendo continuar a dedicar muito do meu tempo, pois é por aqui que quero seguir o meu projecto profissional.
Mas o que me faz trazer aqui hoje esta experiência, não é o tema em si ou questões técnicas com ele relacionadas. O que me faz reflectir sobre este assunto é o facto de, entre os 14 oradores neste seminário, 10 fazem parte do sector público (organismos estatais e municipais, universidades, etc.) e apenas 4 pertencem ao sector privado.
Ora, sem desprimor desta classe, parece-me que a reabilitação de edifícios, e a economia em geral, dependerão muito mais da iniciativa privada do que propriamente do sector publico. A maior parte destes oradores, fala de estudos, projectos e fundos comunitários para a reabilitação de edifícios. Aliás, um deles, chegou mesmo a referir que: não sei o que será de Portugal quando acabarem os fundos comunitários.
É esta postura que me incomoda. Temos uma classe "dominante" neste país, que vive à custa do "orçamento" e depende apenas e só disso mesmo. Apresenta estudos e mais estudos, programas e sub-programas, tudo à volta do financiamento estatal e comunitário.
É preciso dar a volta a isto. E mais uma vez, tudo começa na escola. Temos de preparar os nossos alunos para o mundo do trabalho.Incutir-lhe a ideia que só com trabalho é que podemos andar com a vida para a frente - a nossa e a do nosso país. 
O único sitio onde o sucesso aparece antes do trabalho é no dicionário.

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