quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

UFRE corre o risco de desaparecer

A Assembleia de Freguesia de Recardães e Espinhel, aprovou uma proposta de desagregação da União das Freguesias. 

Trata-se de uma decisão tomada por maioria, com votos a favor dos membros do PS e do CDS e com duas abstenções do lado do PSD.

O executivo deixou claro que era contra esta decisão, mas a assembleia não teve a mesma opinião, o que não deixa margem ao executivo que não seja cumprir aquilo que ali foi decidido.

Trata-se de um primeiro passo de um percurso, que ainda terá de passar por várias fases, começando pela submissão a votação na Assembleia Municipal e ainda pela Assembleia da Republica.

Independentemente do desfecho final, fica claro que ambas as Freguesias são contra esta agregação. Aliás, acho que a votação acaba por ser escassa, perante o ambiente de descontentamento que se vive no seio da população.

E não é uma simples opinião, pois o líder da "bancada socialista" teve oportunidade de frisar que auscultou a população e foram arras as opiniões favoráveis à agregação. Tambem eu tenho tido essa conversa com muitas pessoas de ambos os lados e tambem tenho a certeza do mesmo, com uma clara tendencia maioritária na Freguesia de Espinhel.

Naturalmente que haverá opiniões contrárias, mas o que tenho "sondado" é que uma grande parte dessas opiniões vem de pessoas com interesse no processo. Umas porque estiveram na origem da agregação e agora dificilmente iriam "dar o braço a torcer" depois de tudo o que se passou, outros são ligados ao executivo, ou outros que de uma forma ou de outra acabam por estar ligados às pessoas que estão ligados à agregação.

Uma coisa é certa, isto é um "abanão" aos agentes políticos locais. Algo terá de mudar, independentemente do resultado final, as pessoas vão estar mais atentas e fica claro que esta agregação foi feita contra a vontade do povo e o povo não vê resultados das vantagens que nos prometeram que íamos ter.

A ver vamos!

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Novos tempos, questões antigas

 Hoje consegui recuperar o acesso a este blogue, pois há muito tempo não sentia nem motivação nem disponibilidade para estas lides.

Confesso que por vezes nem é falta de assunto, mas deve-se a um certo distanciamento programado e escrupulosamente cumprido.

Passaram quatro anos em que fui resistindo à tentação de me intrometer na vida autárquica, embora poucos achassem que isso seria possível.

Após todo este tempo, tenho reparado que existe uma certa "apatia" em volta dos velhos assuntos que continuam por resolver.

Talvez o caso mais gritante seja o do tão proclamado "Centro Interpretativo do Arroz", na antiga Escola Primária em Espinhel. Depois de terem gasto mais de 50.000€ do nosso dinheiro, continua "às moscas" e sem ver a luz do dia.

Naturalmente alguns foram resolvidos, como foi o caso da Rua da Fonte na Piedade, o Largo da Junta em Espinhel, a casa da Tia Graça em Casal de Álvaro e as casas de banho no Parque da Pateira.

Talvez esta apatia se deva à resignação das pessoas a uma triste realidade que ninguém tem forma de contornar; as freguesias são o parente pobre da Câmara Municipal (pelos menos algumas).

Vamos ver como corre este mandato, tanto ao nível de quem está no poder como na oposição. Uma oposição forte, faz um governo forte e uma oposição fraca, faz um governo fraco.


quarta-feira, 5 de maio de 2021

Barcos electricos na Pateira

Passados todos este meses (anos), hoje apeteceu-me voltar à escrita neste blogue.

E isto vem a propósito de uma noticia vinculada no Jornal da Bairrada, de que existe um projeto para colocar barcos de recreio a energia solar na Pateira.

Segundo o jornal, o projeto “Gaivotas Solares” já tem parecer positivo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), para navegar nas águas da Pateira a partir de julho.

Convém lembrar que este projeto foi proposto por mim em 2015, no âmbito do orçamento Participativo do concelho de Águeda.

Logo aí, o ICNF tinha dado parecer positivo ao projeto, embora com algumas condicionantes, temporais e de rotas.

Mas alguém da Câmara Municipal de Águeda, achou o projeto descabido e, sem nunca ter falado comigo, rejeitou-o, nunca tendo demonstrado os fundamentos.

Desde essa altura que eu disse que, um dia, alguém ia apresentar essa ideia e que aí queria ver qual seria o parecer da Câmara.

Por isso, vou aguardar as próximas noticias para perceber que motivações poderiam ter contribuído para aquele desfecho.

De qualquer forma, fico agradado com a ideia e espero que o projeto vá em frente, respeitando naturalmente as normas ambientais e contribuindo para a valorização da Pateira.

Força nisso!




sábado, 21 de dezembro de 2019

Casal de Álvaro e o seu foral

Quando, em 2014, fomos confrontados com a celebração dos 500 anos do Foral de Casal de Álvaro, alertei para a falta de rigor que essa data configurava.
Por todas as informações recolhidas na altura, era óbvio que se tratava de um "erro grosseiro" para o qual nunca encontrei explicação.
Embora ache que na altura a autarquia acabou por reconhecer o erro, era tarde de mais e não fazia sentido alterar o programa das comemorações.
Correi tudo muito bem, a festa foi bonita e a população, de um modo geral, ficou satisfeita com o desenrolar das comemorações.
No entanto, cabe-me agora voltar a lembrar que a data correcta é mesmo 30 de Dezembro de 2019. 
O nome de Casal de Álvaro deverá ter origem no nome de Álvaro da Cunha, senhor de Pombeiro (da beira). 
Este fidalgo (filho de D. Leonor Teles (que foi depois rainha de Portugal por casamento com D. Fernando) e de Lourenço da Cunha, tambem ele senhor de Pombeiro, terá nascido já depois do divorcio entre sua mãe e seu pai.
Estas terras passaram depois para um dos seus herdeiros, João Alvares da Cunha, fidalgo bastante conflituoso (envolvido em vários crimes) que pelos vistos não tratava muito bem os seus súbditos, tendo estes feito uma revolta contra ele, pois dizia-se que cobrava portagem e impostos "em mais de tres dobros do que em terras vizinhas".
Talvez por isso, o Rei D. Manuel terá dado foral a estas terras (Casal d'Álvaro e Bolfar), como forma de ordenar as rendas, portagens e outros impostos a pagar nestas terras.
Assim, a 20 de Dezembro de 1519, em Evora, foi emitida a Carta de Foral.
Aqui fica este pequeno contributo para a reposição desta parte da nossa história. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

O que é preciso é calma - Versão 2019

Nos últimos tempos as coisas tem andado tão calmas que nem há motivo e/ou motivação para escrever alguma linhas.

Talvez esta calmaria traduza a verdadeira essência da "coisa". A maioria da nossa gente contenta-se com a sua rua e/ou a sua valeta ajeitada. É isto que é preciso cuidar. Não vale a pena ter ilusões. Só o tempo pode alterar esta nossa condição.
Não vejo força nem motivação para reivindicar mais obras, mais desenvolvimento ou mais autonomia. Somos um povo resignado. Tristemente resignado.
Ao nosso lado vemos outras freguesias a desenvolver-se. Pessoal a trabalhar nas ruas todos os dias. Ruas, jardins, passeios, etc. Qual será o segredo? Para esses há dinheiro. Há máquinas. Há materiais. Qual é a diferença?
Prometeram-nos "mundos e fundos". Íamos ser a segunda maior "freguesia" do concelho. Íamos ter máquinas , pessoal, influência, etc, etc, etc. E agora? Qual é o problema? 
Sei que não deve ser fácil. Mas não foi por falta de aviso. Agora...o que é preciso é calma.
Nota: Texto publicado a 18-09-2018, mas actual.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Uma surpresa - ou talvez não

Já há algum tempo que não venho aqui tecer os meus comentários sobre a actualidade da nossa terra. E, na minha ausência, muita coisas aconteceram: umas boas, outras nem por isso.
Ao fim de quase 20 anos, finalmente vimos a Rua da Fonte, na Piedade, asfaltada (já não era sem tempo).
Quanto à famosa "Vala do Morangal", tambem na Piedade, junto à qual já aconteceram vários acidentes, não percebo muito bem a solução encontrada. Se por um lado, o alargamento da estrada, com a deslocação da vala mais para dentro dos terrenos, e a colocação do lancil, dão mais segurança aquele troço, já a opção de colocar aquela tubagem para passagem da água parece-me claramente insuficiente. Tambem não percebo como é que anteriormente existia tanta exigência no tipo de construção e do material a usar, agora aparece esta solução de entubar parte daquele troço da vala, obstruindo a passagem da água. Assim que vierem as chuvas, não estou a ver aquilo a resistir à passagem da água e dos detritos.
A pavimentação da estrada, que liga Piedade a Espinhel, tambem foi feita de novo, o que nos dá outra segurança e realmente foi uma boa obra.
Finalmente a questão dos passeios, que foram construídos, e bem, mas que continuam a não ter um seguimento lógico. Como tenho defendido, há que ter um critério. Os passeios devem ser construídos para as pessoas circularem em segurança. Devem ter principio, meio e fim. Não devem ser feitos para "limpar" as frentes das casas sem qualquer critério de continuidade.
Mas enfim, pode ser que, um dia, haja quem lhe dê seguimento e as pessoas possam caminhar em segurança, entre Piedade e Espinhel, sempre pelo passeio.
Resumindo, alguma surpresa pela quantidade de "obra feita" ultimamente (embora tenha noção que muita desta obra já vinha planeada de trás e agora foi apenas aproveitar a oportunidade).



domingo, 25 de novembro de 2018

Actualizações - A febre continua

Já há algum tempo que não vinha aqui tecer alguns comentários sobre a vida publica da nossa terra, por isso vou aproveitar para me pronunciar sobre vários temas.
O 1º é sobre a triste noticia do falecimento da nossa Professora D. Fernanda. A D. Fernanda foi uma personalidade marcante da minha geração. Por ela passaram dezenas, ou até centenas de alunos. Dona de uma personalidade muito forte, de um rigor atroz, ajudou a construir as bases de conhecimento de muitos alunos, nos quais me incluo. 
Não era uma figura consensual. Nada disso. Era até bastante contestada por alguns, devido aos seus métodos de ensino (mais à base de pancada do que de palavra), mas temos que entender que os tempos eram outros e, o que é certo, é que das mãos da D. Fernanda saiam os melhores alunos.
Deixou-nos aos 80 anos de idade, depois de uma vida preenchida e que nem sempre lhe foi fácil. Paz à sua alma.
O 2º tema tem a ver com sistemática falta de limpeza de alguma ruas da Freguesia. Dá dó percorrer algumas zonas, onde os moradores parece que fazem parte de uma outra classe. Fregueses de segunda.
Mas, por outro lado (3º ponto), noutras ruas, fazem-se e desfazem-se passeios, sem que se perceba os reais motivos destas alterações. Embora haja que nem se considere da freguesia, mas tenha direito a tratamento VIP. É a febre dos passeios que vai fazendo o seu caminho.
Por ultimo quero referir o trabalho que finalmente está a ser feito no largo da Igreja em Espinhel. Finalmente alguém olhou para a necessidade de dar outra dignidade aquele local. 
Em tempos tive a oportunidade de sugerir a realização destas obras, para as quais existia um projecto que facultei ao Presidente da Junta da altura.
Era um projecto mais arrojado. Previa a demolição do muro que confina com o largo, a construção de estacionamento em espinha, o que implicava outros custos, que talvez não seja possível concretizar agora. Esta solução apenas peca por garantir poucos lugares de estacionamento.
De louvar ainda a construção da passadeira sobre-elevada naquele local. Pode não agradar a todos, mas o que é certo é que certos veículos passam ali a velocidades completamente proibitivas, o que põe em risco quem ali transita. Vamos ver se resulta.