terça-feira, 27 de setembro de 2016

O 1º milho é para os pardais

O povo português é sábio e tem na sua cultura vários "ditados" populares que tem tanto de velhos como de certos.
Este velho "ditado" assenta que nem uma luva no momento politico actual. Nos últimos tempos, vemos lançados vários nomes na praça para suceder ao actual Presidente da Câmara. Se pelo lado da oposição se compreende a estratégia, já do lado do "poder" isto não me parece nada acertado.
Mas a sede de poder parece que está a subir à cabeça de algumas pessoas e isso não é bom. Acredito que a melhor estratégia será aguardar serenamente pelo momento. E não entrar em loucuras. É imprescindível continuar o caminho trilhado até aqui. E isso só pode ser feito se não houver grandes mexidas na equipa.
O Presidente já deu o mote, ao dizer, mais ou menos isto: "não se esqueçam que eu ainda posso ir em 2º lugar". Para mim, isto diz tudo. Ou seja, "tenham lá calma que eu ainda tenho uma palavra a dizer".
Já aqui na UFRE, anda tudo mais calmo. O PSD parece que tem um problema em mãos. O Presidente da Junta diz não querer continuar no cargo. Mas isso já aconteceu no passado e foi o que foi. A ver vamos.
Se isso realmente acontecer, o mais provável é que o candidato saia do actual executivo.
O PS não parece não ter esse problema, pois  não tem a responsabilidade de manter o poder. Isso permite uma escolha mais tranquila e não lhe faltam candidatos.
A UFRE merece um executivo mais presente. Provavelmente, um Presidente a tempo inteiro. Embora este executivo tenha feito um esforço inicial para "mostrar a diferença", com o passar do tempo, o ímpeto inicial foi-se esbatendo. Por isso, a escolha dos candidatos de ambas as forças políticas deveria ter isso em conta.
Mas ainda falta um ano para as eleições e o próximo meio ano será muito "mexido" por estes lados. Até porque a ideia de um "Movimento Independente" continua a fervilhar na cabeça de algumas pessoas, que já tem experiência dessa "receita" no passado.
Não sei que apoio terá este "movimento", mas se os partidos não se acautelarem, ficam mesmo "partidos".



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Orçamento Participativo II

É com enorme prazer que vejo o sucesso que algumas propostas tem no OP de Águeda.
Fui e sou um adepto fervoroso da Democracia Participativa. Acho que os políticos devem chamar o povo a participar nas decisões mais importantes para a sua terra.
O OP de Águeda vai na 2º edição e, como já tive oportunidade de escrever, foram feitos alguns "ajustes" ao Regulamento de forma a condicionar ainda mais o tipo de propostas aceites para votação final. A Comissão técnica é soberana e só passa o que realmente por ela for aceite. Mas é com agrado que vejo a evolução que esta Comissão Técnica teve de um ano para o outro. Vejo que este ano há outra abertura a determinados projectos. A sustentabilidade/viabilidade económica não é impeditiva para a aceitação de "algumas " propostas. Assume-se assim, que haverá casos em que "alguém" vai ter de manter as coisas a funcionar. E isso já não será um problema. Ainda bem. 
Temos tambem alguns casos em que se "reprovaram" propostas por supostamente extravasarem as competências do Município, nomeadamente as que colidem com as das Juntas de Freguesia. Mas ainda bem que não foi para todos. Ficam muitas duvidas no ar e isso não é bom.
Por outro lado, não percebo bem como é que se reprova uma proposta por esta não "ser compatível com outros projetos e planos municipais, ou pelo menos que da sua execução não resulte a inviabilização de qualquer projeto ou iniciativa do Plano de Ação; quando na realidade se investiu 65.000€ no mesmo local no ano passado e este era um investimento complementar. Não consigo perceber o que se pretende dizer com isto. 
Este é um processo complexo e delicado. Numa 2ª edição já devíamos ter aprendido mais com os erros cometidos. O Município corre o risco de transformar uma boa ideia, num jogo de interesses, onde quem fica a ganhar são sempre os mais fortes.
Hoje inicia-se a fase final de votação das propostas e nós, como a 2ª maior União de Freguesias do Concelho, temos apenas 2 propostas a votação. Uma para requalificação do espaço exterior do edifício da Junta em Espinhel e outra para requalificação do espaço junto à passagem de nível do Casainho de Cima.
Conhecendo a realidade da União de Freguesias e sabendo a origem das propostas, acho que vai ser preciso muito trabalho para aprovar qualquer uma delas. Não sei qual vai ser a mobilização que os promotores vão conseguir fazer, nem o apoio que vão ter. Não sei qual o apoio que a Junta poderá dar neste processo, mas espero sinceramente que o resultado seja pelo menos tão bom como o do ano passado.